dijous, de febrer 23, 2006

driving in portugal (II)

Noticia aparecida el ayer en portada en el "Jornal de Notícias". Huelgan los comentarios. Es alucinante.


Um deputado do PSD foi interceptado na auto-estrada a circular a mais de 200 quilómetros por hora. O auto está no Governo Civil de Coimbra, ao qual Ricardo Almeida, de 31 anos, fez um pedido especial no sentido de lhe ser perdoada a apreensão da carta de condução. O problema é o historial de infracções graves e muito graves do político, que já foi autuado quase duas dezenas de vezes. Em quase todas teve a "sorte" de ver os processos arquivados.
O "deputado voador", como é conhecido nos meandros policiais, já foi autuado pela Brigada de Trânsito de Aveiro, Guarda, Leiria e Lisboa, pela PSP e pela GNR. Do seu "currículo" constam transgressões cometidas ao volante de pelo menos quatro carros distintos. Mas nenhum deles registado em nome de Ricardo Almeida.
Apesar do "azar" de ter sido surpreendido pelas autoridades a infringir o Código da Estrada, o deputado acabou sempre por ter "sorte", uma vez que os autos ou foram arquivados ou estão em vias disso.
Há pelo menos quatro multas que foram arquivadas por prescrição na entidade autuante. Isto significa que quem levantou o auto reteve-o durante pelo menos um ano em seu poder, sem o enviar à Direcção-Geral de Viação (DGV).
Só por excesso de velocidade, o deputado tem pelo menos seis multas no "currículo" (quase todas "graves" ou "muito graves"), sem contar com a "muito grave" que aguarda despacho de decisão no Governo Civil de Coimbra. A mais grave de todas foi "arquivada por decisão de prescrição". Trata-se de uma multa levantada pela BT de Aveiro, em Junho de 2004, que o Governo Civil daquele distrito decidiu arquivar.
Mas também há arquivamentos de multas de Ricardo Almeida por decisão do tribunal e outras por decisão de delegados regionais da DGV.
Há uma "infracção grave", por excesso de velocidade, que foi "arquivada por prescrição enviada ao infractor". Quer isto significar que durante o processo de instrução, na DGV, foram ultrapassados os 18 meses que a Lei então em vigor determinava como prazo limite para a prescrição (com a nova Lei, o prazo aumentou para 30 meses).
Ao JN, Ricardo Almeida afirmou-se surpreendido com o "histórico" de infracções e disse não se lembrar de ter sido tantas vezes autuado. "Reconheço que, às vezes, ultrapasso os limites de velocidade, mas isso é porque sou um deputado que cumpre horários. Não sou como outros que não chegam a horas às reuniões", justificou o deputado, ex-dirigente da Federação Académica do Porto .
O governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, garantiu que não perdoará multas a ninguém, "independentemente do seu estatuto". "Se é deputado, é mais uma razão para dar o exemplo e cumprir as leis", frisou o governador civil.
14 arquivados. É pelo menos este o número de autos por infracções ao Código da Estrada que foram levantados ao deputado do PSD e, entretanto, arquivados.
4 prescrições. No "currículo" de Ricardo Almeida constam pelo menos quatro autos que foram arquivados por prescrição na entidade autuante, que não enviou os processos em tempo útil para a DGV.